RIO - A prova de redação é a única do Enem em que não é possível chutar. Como não existe uma fórmula ou uma receita para mandar bem, é fundamental treinar previamente. Para facilitar sua vida, preparamos uma lista de dicas com a ajuda da professora Liliane Machado, coordenadora de Língua Portuguesa do CEL, e de Francesco Jordani, professor de Redação do terceiro ano da escola.
DATAS:A um mês da prova, Inep diz que cronograma está dentro do previstoDicas para uma boa redação no Enem 20111) - Leia os textos da coletânea com atenção e apreenda o recorte temático efetuado por eles.
2) - Relacione tais textos com o modo como a proposta temática foi formulada. Lembre-se de que a abordagem do tema na redação deve corresponder às expectativas da banca a respeito do encaminhamento da questão.
3) - Você pode usar as ideias expostas nos textos da coletânea, mas apropriando-se delas em seu discurso, e não copiando. Tenha, no entanto, o cuidado de não fazer só isso: mostre reflexão pessoal.
4) - Encare sempre o tema como um problema, ainda que não esteja expresso dessa forma na elaboração da proposta.
5) - Após compreender o tema e o recorte já efetuado pelos textos de apoio, formule sua tese, ou seja, delimite seu ponto de vista sobre a questão problematizada.
6) - Em seguida, faça o esquema lógico de seu texto, isto é, busque três argumentos (ou ideias) que desenvolvam sua tese, seu ponto de vista, de modo pertinente, consistente e coerente. Lembre-se de ordená-los de modo a garantir a natural sucessão das ideias, a progressão temática.
7) - Ao elaborar a introdução, procure apresentar o tema de forma clara e, preferencialmente, apresente desde já a tese. Evite digressões iniciais para que o avaliador perceba com facilidade que o texto se inscreve no tema proposto.
8) - Ao argumentar, lembre-se de que os argumentos se ligam à tese, e essa, ao tema.
9) - Evite simplesmente descrever ou exemplificar: lembre-se de que tais procedimentos devem ser usados para sustentar o argumento, não valendo como tal.
10) - Prefira argumentos com o máximo de relevância possível, ou seja, de conhecimento geral, que garantam consenso em torno deles, que não sejam generalizações, opiniões ou falácias.
11) - A argumentação é o momento de apresentar fatos. O espaço da opinião é a tese defendida e sustentada pelos fatos (argumentos).
12) - Se necessário, lance mão (no início dos parágrafos) de conectivos e elementos de coesão sequencial (por exemplo: "além desse fato", "outro aspecto", "no entanto", "como consequência", "por essa razão", "desse modo" etc.) que esclareçam a progressão temática, sobretudo se achar que o vínculo semântico entre as ideias de cada parágrafo não estiver muito claro.
13) - Busque usar vocabulário que seja de seu domínio, mas evite coloquialismos.
14) - A conclusão não deve conter ideia nova, uma vez que é o resultado lógico da reflexão acerca das ideias já apresentadas.
15) - No caso do Enem, é necessário que sejam lançadas propostas de intervenção na realidade, ou seja, de solução do problema enfocado. Tais propostas serão pontuadas quanto à sua coerência com o desenvolvimento e quanto ao seu grau de especificidade.
16) - As propostas podem estar apresentadas no corpo da argumentação ou, preferencialmente, na conclusão.
17) - Não se esqueça de que a argumentação e o lançamento de propostas de solução devem respeitar a diversidade sociocultural, os direitos humanos e as questões relativas à cidadania.
18) - Faça rascunho e, ao passar a limpo, confira, principalmente, a ortografia, a concordância, a regência (crase) e a colocação pronominal e evite a repetição vocabular.
19) - Use letra bem legível e não rasure, se possível.
20) - Não se esqueça de atribuir ao seu texto um título interessante e pertinente ao tema.
21) - Procure usar elementos coesivos claros e específicos (cuidado com o uso disseminado do "isso", "por isso", "tudo isso").
22) - Evite influência da oralidade, como nas expressões "literalmente", "fora de hora", "até porque", "tipo", "sem dúvidas", "pra", "é complicado", "é claro", "acontece que", "por incrível que pareça" etc.
23) - Atenção à colocação pronominal: lembre-se de que "que" e "não" são "atrativos" do pronome ("que se disse", "não se disse"). Lembre-se também de que não se começa frase com pronome oblíquo.
24) - Atenção à regência dos verbos e nomes, principalmente quando se usa o "que" ("momento em que"; "filme a que se assistiu" etc).
25) - Cuidado com a repetição vocabular e de conectivos como "porém" e "pois". Aliás, evite começar período com esses conectivos;
26) - Evite utilizar modalizadores que expressem julgamento tais como "infelizmente", "lamentavelmente", "obviamente", "curiosamente" etc.
27) - Não se esqueça: embora creem e veem tenham perdido acento, têm e vêm, na 3 do plural continuam acentuados.
28) - Respeitem as funções anafórica e catafórica do esse (e flexões) e do este (e flexões), respectivamente.
29) - Prefira o ele/ela, se o elemento coesivo for sujeito, em vez de "o mesmo"/"a mesma", que soam deselegantes.
30) - Lembre-se de que exemplo não é argumento. A exemplificação é estratégia para dar consistência e clareza ao argumento, mas não basta por si só.
31) - Atenção à confusão entre "afim" (semelhante) e "a fim" (ter por finalidade).
32) - Não use "algo" de maneira indiscriminada (em vez de "coisa", usa-se "algo"), gerando imprecisão e demonstrando pobreza vocabular.
33) - Cuidado com a legibilidade do seu texto.
34) - Evite imprecisões como o "etc", "assim por diante", "outros mais".
35) - Cuidado com o uso da vírgula para separar sujeito de verbo, sobretudo quando o sujeito é longo.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/09/22/os-35-passos-para-uma-redacao-nota-dez-no-enem-2011-925420598.asp#ixzz1ZCCJ46u0 © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.
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