RIO - O tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, apontado como mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto, será transferido para o presídio de Bangu 8, segundo informou o corregedor geral da PM, coronel, Ronaldo Menezes, em coletiva no fim da manhã desta terça-feira. Ele está detido no Batalhão de Choque (BPChoque) desde as primeiras horas da madrugada desta terça-feira e foi afastado do comando do 22º BPM (Maré), segundo informou a assessoria da Polícia Militar. Também serão transferidos para Bangu 8, por acusação de envolvimento no crime, os policias militares Alex Ribeiro Pereira, Sammy dos Santos Quintanilha, Carlos Adílio Maciel Santos, Jovanis Falcão Junior e Charles de Azevedo Tavares. Os PMs já estavam cumprindo prisão preventiva na unidade prisional da PM de Benfica pela suspeita de participação de um auto de resistência, que levou à morte Diego Beliene, de 18 anos, no Morro do Salgueiro, em São Gonçalo. Agora, eles serão transferidos, conforme determinação dos novos mandados de prisão temporária de 15 dias.
A Corregedoria tenta agora cumprir o mandado de prisão contra um sexto policial, também citado no inquérito que apura a morte da juíza, Junior César de Medeiros, que seria do 12º BPM (Niterói). O corregedor disse que aguardará detalhes sobre o que levou a justiça a expedir mandado de prisão para poder instaurar o processo administrativo contra o coronel. Quem assume provisoriamente o comando do 22º BPM é o sub comandante da unidade é o tenente Coronel Izidro.
O tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira se apresentou na unidade após a Justiça ter decretado, no fim da noite de segunda-feira, a sua prisão preventiva por 15 dias. Na época da morte da magistrada, Cláudio Luiz de Oliveira era comandante do 7º BPM (São Gonçalo). Outros cinco policiais, que atuavam no mesmo batalhão sob a tutela do então comandante, também tiveram mandados expedidos pela 3ª Vara Criminal de Niterói. O juiz que decretou a prisão do oficial teve a segurança reforçada, de acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça.
Os policiais faziam parte do Grupamento de Ações Táticas e são acusados de forjar um auto de resistência para acobertar a morte de Diego Belieni, então com 18 anos. No último dia 14, reportagem do GLOBO já mostrava que escutas telefônicas autorizadas pela Justiça indicavam que o assassinato da juíza tinha um mandante.
O comando da Polícia Militar ainda não se manifestou sobre a prisão temporária do tenente-coronel. O comandante geral da Policia Militar, Coronel Mário Sérgio Brito Duarte, foi submetido a uma intervenção cirúrgica na segunda-feira no Hospital da Polícia Militar para retirada de um nódulo na próstata e seu substituto, coronel Álvaro Garcia, não participou da coletiva que anunciou a prisão do oficial. Na coletiva, o corregedor geral da PM, Ronaldo Menezes, não quis comentar o fato do militar ter sido nomeado comandante do 22º BPM (Maré) mesmo tendo saído do batalhão de São Gonçalo onde policiais já eram investigados sobre a morte da juíza.
- Não cabe comentar isso a nível de corregedoria. As decisões de movimentações nos batalhões são de competência do comando geral - disse o corregedor.
Segundo o comandante interino da Polícia Militar, coronel Álvaro Garcia, a corporação vai aguardar o andamento das investigações para resolver possíveis punições ao tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira. A princípio, Cláudio Oliveira está afastado do comando do batalhão da Maré. Quem vai assumir a liderança da unidade interinamente é o subcomandante do local.
Outros três PMs já estão presos por participação na morte de Diego e da juíza. São eles: o tenente Daniel dos Santos Benitez Lopes e os cabos Sérgio Costa Júnior e Jefferson de Araújo Miranda . A Justiça decretou a prisão após um dos cabos que executaram o crime ter relatado ao juiz Peterson Barroso Simões que o tenente-coronel era o mandante do crime. O cabo, que estaria ameaçado de morte, resolveu contar tudo e participar de uma antecipação de prova, obtendo o direito à delação premiada (que inclui provável redução de pena). O PM e sua família foram incluídos no programa de proteção à testemunha.
O cabo teria dito que usou duas pistolas no crime, o que explica terem sido encontradas cápsulas de três calibres no condomínio de Patrícia: 30, ponto 40 e 45.
Os últimos momentos de vida de Patrícia foram registradas por sete câmeras. Uma das imagens mostra a juíza deixando o fórum de carro às 23h13m. Um pouco mais tarde, imagens de uma câmera de segurança mostram o carro da juíza na Rodovia Niterói-Manilha e a moto com os dois homens logo atrás. Meia hora depois, novas imagens na Niterói-Manilha voltam a mostrar o carro e a moto logo atrás. Nela é possível ver que o piloto está de tênis branco e calça jeans e que os dois homens usam casacos. Faltando quatro quilômetros para o condomínio da juíza, os ocupantes da moto ultrapassam o carro da magistrada para preparar a emboscada. Marcas de pneus de uma moto foram encontradas perto da casa onde a juíza morava.
Após o assassinato de Patrícia Acioli, o comando da Polícia Militar trocou os comandantes de diversos batalhões. Foi quando Cláudio Luiz de Oliveira assumiu o comando do 22º BPM (Maré).
Nesta segunda, o juiz Fábio Uchôa, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, decretou as prisões preventivas de sete PMs do 7º BPM (São Gonçalo) acusados de envolvimento num auto de resistência forjado . Dois deles - Jovanis Falcão Júnior e Carlos Adílio Maciel dos Santos, o Carlão - já estão presos pelo envolvimento na morte da juíza e de Diego Belieni. O caso ocorreu em junho do ano passado, na Fazenda dos Mineiros. Segundo o inquérito da 72ª DP (São Gonçalo), os PMs teriam atirado a esmo após não receberem propina de traficantes. Uma mulher foi morta.
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