HUMBERTO PERON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não fico mais abismado com a sequência de vexames do Palmeiras. Resultados como o do jogo contra o Atlético-GO, quando o time cedeu o empate mesmo com dois homens a mais em campo, não deveriam mais causar nenhuma surpresa, pois o atual time do Palmeiras é muito ruim e limitado. Pelo elenco que tem não se poderia esperar melhor colocação da equipe do que transitar pelo meio da classificação.
O que me causa espanto é que esse time ruim do Palmeiras gera um prejuízo mensal de aproximadamente três milhões de reais. Ou seja, o time gasta muito com o futebol para ter um elenco mediano, que não tem condições de brigar por títulos importantes. Com um investimento bem menor o time faria a exatamente a mesma campanha.
Vamos começar pelo custo do técnico Luiz Felipe Scolari. O dinheiro pago ao treinador mensalmente só vai valer a pena se o clube der todas as condições para ele fazer seu trabalho. Isso inclui uma diretoria que realmente acredite no treinador e demonstre que também pensa como ele. Não adianta o Felipão pedir uma coisa e o departamento de futebol fazer de tudo para o treinador não receber o que foi pedido.
A diretoria do Palmeiras precisa decidir se quer continuar ou não com Scolari. Da maneira como está, ela gasta com um técnico que, pelas condições oferecidas, não pode nem ser cobrar o treinador pelo salário que recebe.
Dentro do que se classifica como caro é inadmissível que o elenco não tenha reservas para as duas laterais e um meia-armador. Por não saber gastar dinheiro, o clube contrata sem nenhum critério o que gera esses vazios no elenco e vai fazendo apostas erradas.
Pela história palmeirense é um erro o clube gastar dinheiro na contratação de vários jogadores medianos. Esse tipo de jogador nunca vai dar certo no time do Parque Antarctica. O clube, diferentemente do Corinthians, por exemplo, nunca será campeão recheado de jogadores limitados tecnicamente e que só tenham força de vontade.
Então, em lugar de quatro apostas que ganham 25 mil reais, sairia muito mais barato contratar um jogador de bom nível que receba 100 mil reais, mas que vai resolver o problema. Por isso, o ridículo bordão "Bom, Bonito e Barato" se transforma sempre em "Ruim, feio e caro" no Palestra Itália.
Atualmente, o clube, pelos problemas internos, pressão de torcida, fama de atraso no pagamento de direitos de imagem, nunca é a primeira opção dos grandes jogadores. Aí, para trazer um jogador, o time precisa oferecer muito mais dinheiro que a concorrência --isso quando não precisa da ajuda de intermediários, que também ganham dinheiro do clube. Esses detalhes fazem que a folha de pagamento do Palmeiras fique inflacionada.
Outro exemplo de investir mal o dinheiro foi a aposta que o Palmeiras fez naqueles que deveriam ser os principais jogadores do time. O clube gastou --e ainda torra-- muito dinheiro com Kleber e Valdivia. Contratações que foram feitas para agradar uma parte da torcida. Era sabido que ambos, além de serem criadores de casos e mimados, são apenas coadjuvantes e não craques de primeira grandeza. Se o fossem, agora, quando o time mais precisa deles, estariam decidindo partidas.
Mas ocorre exatamente o contrário. Kleber, o principal atacante do time, não faz um gol desde junho, e Valdivia, desde que voltou ao clube não consegue se livrar dos problemas de contusão e quando entra em campo pouco tem ajudado a equipe.
No futebol, como na vida, não basta ter dinheiro. Para ter resultados positivos é preciso saber como gastá-lo.
Até a próxima.
Mais pitacos: www.twitter.com/humbertoperon
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