quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mulheres fumantes têm ataques cardíacos antes dos homens


As mulheres fumantes sofrem ataques cardíacos mais cedo que os homens com o mesmo hábito e têm mais chances de complicações nos meses após o ataque, diz estudo publicado na terça-feira (4) pela Universidade de Michigan.
O estudo realizado pelo Centro Cardiovascular da universidade foi antecipado na edição digital da revista "American Journal of Cardiology".
Nos Estados Unidos o número de mulheres fumantes é menor que o de homens, mas o estudo demonstra que as consequências são piores para elas.
"Fumar não é bom nem para homens nem para mulheres, mas nossa análise indica que as mulheres que fumam estão muito pior que os homens seis meses após um ataque cardíaco", afirmou a principal autora do estudo, Elizabeth Jackson, cardiologista no Centro Cardiovascular da Universidade de Michigan.
Os fumantes são de duas a quatro vezes mais propensos que os não fumantes a desenvolver doenças cardíacas. "A síndrome coronária aguda pode ser diferente e a carga aterosclerótica pode ser maior para as mulheres", diz Jackson.
O tabagismo reduz a circulação porque estreita os vasos sanguíneos e contribui para uma acumulação de placa aterosclerótica (depósito de matéria gordura) nas paredes das artérias.
Para realizar o estudo, Jackson e o também cardiologista Michael Howe analisaram a evolução dos pacientes fumantes durante e após um incidente de síndrome coronária aguda, como um ataque cardíaco.
Os pesquisadores utilizaram os registros do hospital universitário, que tem dados sobre 3.588 pacientes entre janeiro de 1999 e dezembro de 2006, que ingressaram com diagnóstico de síndrome coronária aguda.
De acordo com esses dados, 24% dos pacientes eram fumantes ativos, e entre os fumantes o gênero apareceu como um fator de risco significativo para complicações após um ataque cardíaco.
Os dados revelaram que os homens fumantes eram na média nove anos mais jovens que os não fumantes quando foram internados pelo incidente cardíaco, enquanto as mulheres fumantes eram 13 anos mais jovens que as não fumantes quando foram internadas.
O surpreendente para os autores é que seis meses depois da afecção cardíaca, 13,5% das fumantes precisou de tratamento de emergência para restabelecer o fluxo sanguíneo, contra 4,4% dos homens fumantes.
De acordo com Howe, as diferenças nos resultados entre as mulheres fumantes "podem refletir diferenças biológicas inerentes entre os gêneros, ou possivelmente o tratamento médico menos agressivo que se dá às mulheres, que foi descrito por outros pesquisadores".
"Em qualquer caso, isso enfatiza claramente a necessidade de que os médicos sejam mais conscientes e atentos, em particular com das mulheres, após um incidente coronário agudo", acrescentou.

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